“Então, lhe deram o livro do profeta Isaías, e, abrindo o livro, achou o lugar onde estava escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos”. [Lucas 4:17-18]
Todos os dias, desde que iniciei minha carreira na advocacia, lido com um anseio popular perpétuo: a busca pela justiça social e pela estabilização da paz comum. Pessoas das mais diversas classes, formações e lugares. Todas indistintamente, anseiam por “justiça”.
Participar da Escola de Missões do Sertão, em duas santas oportunidades, é uma forma de Deus trabalhar uma realidade profunda em mim: a de que, não importa o que aconteça, o anúncio do seu juízo e a salvação dos perdidos será sempre a maior necessidade dos nossos dias. Pessoas, diariamente, buscam completar-se, sentir prazer de forma vaga e vã e, na maioria das vezes, sequer entendem o propósito de suas vidas.
Isso me desafia! A realidade inserida no Nordeste brasileiro, para além da religiosidade, não é tão diferente do que temos enfrentado dentro das nossas igrejas: um profundo desconhecimento de Deus e do seu caráter.
Enquanto os “menos favorecidos”, por desconhecerem a Deus, depositam suas esperanças no paganismo, por outro lado, temos “crentes” que vão, metodicamente, às grandes igrejas cultuar a um Deus idealizado em suas mentes, divergente daquele revelado nas escrituras e através das obras da sua criação.
Precisamos vencer o nosso sertão interior! A escassez de espiritualidade, conhecimento da palavra e de intimidade com Deus. Não há mais tempo e espaço para uma fé rasa. Seremos sal e luz ao nosso sertão quando, obviamente, tivermos um coração tão íntimo com Jesus Cristo que, dele, transbordará a água viva e o anúncio das boas novas aos sedentos.
É neste sentido, pois, apartado de uma visão tecnicista da minha profissão, que entendo que justiça é também cuidar dos vulneráveis (Pv. 31.9; Zc. 7.9-10) – isso inclui a evangelização do sertão – e revela o caráter santo de Deus (Sl. 146.7-9; Jr 22.3). O próprio Deus ama a justiça social (Sl 33.5). Deus é o santo juiz, que julgará a todos (crentes e não crentes) e, de maneira triunfante, resgatará o seu povo de todas as opressões.
Deus nos enviou às nações! O anúncio da salvação aos que crerem será sempre a melhor ajuda que poderemos levar às pessoas. O povo clama! Somos essa resposta. A escola foi benção. Que Deus, na sua santa proteção, não nos deixe enterrar as boas novas que bebemos diariamente. Cristo é a nossa rocha!
Jamysson Araujo (Advogado – Igreja Batista Missionária Equador / RN)
