
O FERRO À BRASA E AS MARCAS DA VIDA
Quando eu era criança, vivi uma cena que nunca saiu da minha memória. Uma tia passava roupas com o ferro a brasa, aquele untensílio pesado, aquecido por brasas ardentes guardadas em seu interior. Eu, descuidado e inocente, aproximei-me por trás e, num instante, fui tocado pelo ferro ardente. A queimadura foi imediata e profunda, deixando em minha barriga uma cicatriz que me acompanhou por anos.
O ferro a brasa tinha a função de engomar e passar roupas, mas também era capaz de ferir e marcar para sempre.
Assim também é a vida: quantos de nós carregamos cicatrizes invisíveis?
São feridas da alma, dores do passado, lembranças que pesam tanto quanto aquele ferro cheio de brasas.
Mas há uma notícia que aquece o coração: o Cristo da cruz conhece cada marca.
Suas mãos também guardam cicatrizes, não fruto do acaso, mas do amor. Ele foi ferido para que nossas feridas fossem curadas.
A Escritura nos lembra:
“Pelas suas pisaduras fomos sarados”. Isaías 53.5.
“Se alguém está em Cristo, é nova criação; as coisas antigas já passaram, eis que tudo se fez novo”. 2 Coríntios 5.17.
O ferro em brasa que um dia me queimou me faz lembrar que o fogo pode tanto destruir quanto purificar.
Na vida cristã, o fogo do Espírito Santo não deixa cicatrizes de dor, mas imprime em nós a marca eterna do amor de Deus, um amor que restaura, transforma e dá sentido à nossa história.
Se você carrega marcas, não permita que elas definam sua identidade.
Em Cristo, até as cicatrizes podem se tornar testemunhos de vitória.
E se você ainda não conhece Jesus, abra o coração: aquilo que era peso, dor e lembrança amarga pode se tornar sinal da graça que restaura.
Hoje, o ferro a brasa já não faz parte da nossa rotina, mas sua lembrança me ensina que algumas marcas permanecem, e só Cristo pode transformá-las em sinais de vida.
Deixe-se tocar pelo fogo do amor de Deus e ser envolvido pela graça que cura, abraça e acolhe.
Silvany Luiz



